Principais conclusões
1. Mude o objetivo: Do PIB ao Donut
O anel interno do Donut – sua fundação social – estabelece os fundamentos da vida nos quais ninguém deve ficar aquém.
O modelo do Donut redefine o sucesso econômico. Ele imagina um ponto ideal onde as necessidades humanas são atendidas sem ultrapassar o limite ecológico da Terra. Isso substitui a busca ultrapassada pelo crescimento infinito do PIB por um objetivo mais holístico:
- Anel interno: Fundação social (sem pobreza, educação de qualidade, igualdade de gênero, etc.)
- Anel externo: Limite ecológico (mudança climática, perda de biodiversidade, acidificação dos oceanos, etc.)
- O "espaço seguro e justo" entre: Onde a humanidade pode prosperar de forma sustentável
O Donut nos desafia a criar economias que sejam:
- Distributivas: Compartilhando valor de forma mais equitativa
- Regenerativas: Trabalhando com a natureza, não contra ela
- Agnósticas quanto ao crescimento: Capazes de prosperar independentemente do crescimento do PIB
2. Veja o quadro geral: A economia está inserida na sociedade e na natureza
Longe de flutuar contra um fundo branco, a economia existe dentro da biosfera, essa delicada zona viva das terras, águas e atmosfera da Terra.
O modelo da Economia Inserida reconhece que a economia não é separada da sociedade e da natureza, mas está inserida nelas. Esta visão holística revela:
- A economia depende e impacta a sociedade e o mundo vivo
- Existem múltiplos modos de provisão: doméstico, comum, mercado e estado
- O sistema financeiro deve servir à economia real, não dominá-la
Implicações principais:
- As políticas econômicas devem considerar os impactos sociais e ecológicos
- Precisamos valorizar e apoiar todas as formas de atividade econômica, não apenas as transações de mercado
- Os sistemas financeiros devem ser redesenhados para promover o bem-estar a longo prazo, não lucros de curto prazo
3. Cultive a natureza humana: Somos seres sociais e interdependentes
Somos a espécie mais cooperativa do planeta, superando formigas, hienas e até o rato-toupeira pelado quando se trata de viver ao lado daqueles que estão além de nossos parentes próximos.
A natureza humana é complexa. Não somos meramente os atores racionais e egoístas da teoria econômica tradicional. Pesquisas mostram que somos:
- Sociais e cooperativos por natureza
- Motivados por valores intrínsecos, bem como por recompensas extrínsecas
- Capazes de adaptar nosso comportamento com base no contexto
Esta compreensão tem implicações profundas para o design econômico:
- As políticas devem nutrir nossas tendências cooperativas, não apenas competitivas
- Os incentivos econômicos devem ser projetados para reforçar motivações intrínsecas, não miná-las
- As instituições devem ser estruturadas para promover confiança e reciprocidade
4. Seja esperto com sistemas: Economias são complexas e dinâmicas
Herdamos economias industriais degenerativas: nossa tarefa agora é transformá-las em economias regenerativas por design.
O pensamento sistêmico é crucial para entender e moldar economias. As principais percepções incluem:
- Economias são sistemas adaptativos complexos, não máquinas que buscam equilíbrio mecânico
- Ciclos de feedback, atrasos de tempo e relações não lineares são comuns
- Pequenas mudanças podem ter grandes efeitos; grandes mudanças podem ter pequenos efeitos
Implicações para a gestão econômica:
- Abrace a incerteza e espere surpresas
- Procure pontos de alavancagem onde pequenas intervenções podem levar a grandes mudanças
- Projete políticas adaptativas que possam evoluir à medida que o sistema muda
5. Projete para distribuir: Crie economias que sejam distributivas por design
Longe de ser uma fase necessária no progresso de cada nação, o aumento da desigualdade é uma escolha política.
O design distributivo trata de criar economias onde o valor é compartilhado de forma mais equitativa desde o início, em vez de depender apenas da redistribuição posterior. Isso envolve:
- Repensar a propriedade de ativos que criam riqueza (terra, tecnologia, ideias, etc.)
- Reimaginar modelos de negócios para compartilhar valor mais amplamente
- Redesenhar sistemas monetários para servir a toda a sociedade
Exemplos de design distributivo:
- Empresas de propriedade dos funcionários
- Trusts de terras comunitárias
- Tecnologias de código aberto
- Moedas complementares que apoiam economias locais
6. Crie para regenerar: Construa economias que trabalhem com a natureza
Não pergunte: qual é a minha parte justa para tomar? Pergunte: que outros benefícios podemos adicionar a isso para que possamos dar algo de volta?
O design regenerativo imita os processos cíclicos da natureza para criar economias que restauram e renovam os sistemas vivos dos quais dependemos. Isso envolve:
- Mudar de um modelo linear "extrair-fazer-usar-descartar" para um modelo circular "fazer-usar-retornar"
- Projetar produtos e processos que eliminem resíduos e poluição
- Regenerar ativamente sistemas naturais por meio da atividade econômica
Princípios chave do design regenerativo:
- Use energia e materiais renováveis
- Projete para reutilização, reparo e reciclagem
- Crie múltiplos benefícios a partir de ações únicas (por exemplo, agricultura regenerativa que sequestra carbono, melhora a saúde do solo e aumenta a biodiversidade)
7. Seja agnóstico quanto ao crescimento: Prospere independentemente do crescimento das economias
Temos economias que precisam crescer, quer nos façam prosperar ou não. Precisamos de economias que nos façam prosperar, quer cresçam ou não.
O agnosticismo do crescimento reconhece que, embora o crescimento do PIB possa ser benéfico, ele não deve ser o principal objetivo da política econômica. Em vez disso, devemos nos concentrar em criar economias que:
- Atendam às necessidades humanas e melhorem o bem-estar
- Operem dentro dos limites ecológicos
- Possam se adaptar a circunstâncias mutáveis, incluindo períodos de não crescimento ou até mesmo decrescimento
Isso requer:
- Desenvolver novas medidas de sucesso econômico além do PIB
- Redesenhar sistemas financeiros, políticos e sociais para serem menos dependentes do crescimento
- Explorar modelos econômicos alternativos que priorizem o bem-estar em vez da expansão
Ao adotar essas sete formas de pensar, podemos criar economias mais justas, sustentáveis e resilientes diante dos desafios do século XXI.
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Economia Donut apresenta uma reimaginação radical da teoria econômica, desafiando os modelos tradicionais focados no crescimento. Raworth propõe uma estrutura de "donut" que equilibra as necessidades sociais e os limites ecológicos. Enquanto alguns elogiam sua visão ambiciosa para economias sustentáveis e equitativas, outros criticam sua simplificação excessiva de questões complexas. A acessibilidade e a abordagem visual do livro são apreciadas, mas sua aplicabilidade prática é debatida. No geral, é visto como instigante, oferecendo novas perspectivas sobre os desafios econômicos do século XXI, embora sua eficácia em substituir o pensamento econômico convencional permaneça controversa.