Principais conclusões
1. Do Caos das Multidões à Pirâmide Estruturada
Antes de existirem táticas, era necessário, antes de tudo, um conjunto coerente de regras.
A anarquia inicial do futebol. O futebol medieval, praticado em multidões, era violento e sem forma definida, sendo repetidamente proibido. As escolas públicas vitorianas, influenciadas pelo "cristianismo muscular", começaram a codificar regras no século XIX, vendo o desporto como uma ferramenta moral. Os primeiros jogos eram caóticos, com disputas de dribles e jogadores a recuar constantemente.
A evolução das regras. A fundação da Football Association em 1863 padronizou as regras, proibindo o uso das mãos e inicialmente restringindo o passe para a frente. A alteração da regra do fora de jogo em 1866 (exigindo três defensores à frente do atacante) ainda favorecia o drible em Inglaterra, mas a Escócia, com uma regra mais liberal, desenvolveu o jogo de passes ("combinação").
O surgimento da Pirâmide. O jogo de passes escocês, especialmente pelo Queen's Park e difundido pelos Royal Engineers, influenciou gradualmente Inglaterra. Isso levou a um avançado a recuar, criando a formação 2-3-5 ("a Pirâmide") na década de 1880, que se tornou o padrão mundial até aos anos 1920.
2. A Divergência: Valsa Danubiana vs. Tango Sul-Americano
Enquanto a Grã-Bretanha, apesar da aceitação do passe e da difusão do 2-3-5, persistia na rudeza e fisicalidade, outros desenvolveram formas mais subtis do jogo.
A expansão global do futebol. O comércio e a influência britânica exportaram o futebol pelo mundo, especialmente para a América do Sul e Europa Central. A adoção inicial envolveu a imitação do estilo britânico, mas as culturas locais rapidamente adaptaram o jogo.
Adaptação cultural. Na Europa Central (Áustria, Hungria, Checoslováquia), o futebol foi abraçado pela classe trabalhadora urbana e intelectuais, levando a um foco em passes rápidos e curtos ("a Escola Danubiana" ou "Valsa"), fortemente influenciada por treinadores escoceses como Jimmy Hogan. A técnica e a estrutura da equipa eram prioritárias.
A individualidade floresce. Na América do Sul (Argentina, Uruguai), especialmente em áreas urbanas pobres, o jogo evoluiu de forma diferente. Livre dos ideais britânicos, celebrou a habilidade individual, a improvisação e a autoexpressão ("o Tango"). O drible e o estilo ("la nuestra", "criolla viveza") tornaram-se essenciais, por vezes em detrimento da estrutura coletiva.
3. A Revolução do Fora de Jogo e o Nascimento do W-M
E foi isso, segundo se diz, que precipitou o declínio e a crescente negatividade do futebol inglês.
Resolvendo a escassez de golos. Nos anos 1920, equipas como o Newcastle United dominavam a armadilha do fora de jogo com a regra dos três homens, levando a jogos com poucos golos. Em 1925, a regra mudou para exigir apenas dois defensores à frente do atacante, aumentando imediatamente os golos mas esticando o jogo.
A resposta de Chapman. Herbert Chapman, treinador do Huddersfield Town e depois do Arsenal, percebeu a necessidade de adaptação tática. Desenvolveu a formação W-M (3-2-2-3) ao recuar o médio-centro para uma função defensiva ("terceiro defesa") e baixar os avançados interiores para ligar meio-campo e ataque.
O surgimento do stopper. Esta mudança criou o papel do médio-centro defensivo, exemplificado por Herbie Roberts no Arsenal. Embora bem-sucedido para o Arsenal, este foco defensivo foi acusado por alguns, como Willy Meisl, de fomentar a negatividade e o jogo longo no futebol inglês, já que outros clubes copiavam a forma sem a inteligência ofensiva.
4. Cafés, Fascismo e Inovação Defensiva
A forma moderna de entender e discutir o jogo foi inventada nos cafés de Viena.
Centros intelectuais. Na Viena e Budapeste do período entre guerras, os cafés tornaram-se centros de debate intelectual, incluindo táticas de futebol. Este ambiente fomentou o pensamento analítico sobre o jogo, contrastando com a abordagem mais intuitiva noutros locais.
O Wunderteam. A "Wunderteam" austríaca de Hugo Meisl, no início dos anos 1930, com o elegante Matthias Sindelar como avançado recuado, personificava o estilo danubiano – técnico, fluido e ofensivo dentro do esquema 2-3-5. Encantaram a Europa, mas foram criticados por falta de um "punch" final.
O pragmatismo de Pozzo. A Itália de Vittorio Pozzo, influenciada pela fisicalidade inglesa e pelo talento sul-americano (oriundi), desenvolveu o "metodo" (W-W ou 2-3-2-3). Sob o fascismo, o futebol italiano enfatizava o atletismo e a combatividade. Pozzo pioneiramente aplicou a marcação individual e conduziu a Itália a dois Mundiais (1934, 1938), frequentemente por meios pragmáticos e controversos.
5. A Desordem Organizada Soviética e o Amanhecer do Pressing
Os jornais aclamavam a ‘desordem organizada’, enquanto os adversários procuravam formas de a combater.
Adoção tardia, evolução rápida. O futebol chegou tarde à URSS, mas evoluiu rapidamente, livre de tradições. Uma digressão em 1937 de uma equipa basca expôs o atraso tático soviético (ainda muito baseado no 2-3-5) perante o W-M.
A inovação de Arkadiev. Boris Arkadiev, treinador do Dinamo Moscovo, adotou o W-M mas procurou acrescentar a "alma russa" – fluidez e troca posicional ("desordem organizada"). Os seus jogadores vagueavam, confundindo a marcação individual adversária. Chegou a especular sobre recuar ainda mais os avançados.
Pressing precoce. As equipas de Arkadiev também mostraram sinais iniciais de pressing – fechar os adversários alto no terreno para recuperar a bola. Isto exigia grande condição física e compreensão tática, lançando as bases para desenvolvimentos futuros. A digressão do Dinamo à Grã-Bretanha em 1945 evidenciou a sua energia e jogo coletivo ("passovotchka").
6. A Equipa de Ouro da Hungria e o Avançado Recuado
Foi graças à tática que a Hungria venceu.
Domínio pós-guerra. A "Aranycsapat" (Equipa de Ouro) da Hungria, no início dos anos 1950, treinada por Gusztáv Sebes, baseou-se nas tradições danubianas e nas ideias de Arkadiev. A inovação de Márton Bukovi de recuar o avançado-centro (Nándor Hidegkuti) criou espaço e confundiu as defesas tradicionais em W-M.
Superioridade tática. A vitória por 6-3 da Hungria sobre Inglaterra em Wembley, em 1953, expôs a rigidez tática do W-M inglês. A posição profunda de Hidegkuti neutralizou o médio-centro inglês, enquanto a fluidez dos quatro avançados e dos médios ofensivos (Bozsik) sobrecarregou a defesa adversária.
Quase um 4-2-4. O sistema de Sebes, com dois laterais, um médio-centro recuado (Lóránt), um médio-esquerdo profundo (Zakariás), um médio-direito ofensivo (Bozsik), um avançado recuado (Hidegkuti), dois interiores (Puskás, Kocsis) e dois extremos (Czibor, Budai), estava a um passo do 4-2-4, privilegiando posse e contra-ataques rápidos.
7. O 4-2-4 do Brasil e o Trauma do Maracanazo
Sofreram uma derrota tão chocante no jogo final que Nélson Rodrigues a chamou ‘a nossa catástrofe, o nosso Hiroshima’.
Estilo brasileiro inicial. O futebol brasileiro, influenciado pelo passe escocês ("tabelinha") mas enraizado no talento individual ("jeitinho", "malandro"), privilegiava o ataque e a autoexpressão em detrimento da estrutura defensiva nas primeiras décadas.
Despertar tático. Treinadores europeus como Dori Kürschner introduziram o W-M, mas este chocava com a ética local. A formação "diagonal" de Flávio Costa (um W-M flexível) ofereceu um compromisso, mas as fragilidades defensivas persistiam.
O trauma de 1950. O Brasil, favorito absoluto e a jogar em casa, perdeu a final do Mundial por 2-1 contra o Uruguai. A abordagem pragmática e defensiva uruguaia (uma variante do metodo de Pozzo com líbero) e a exploração dos espaços deixados pelo lateral ofensivo brasileiro expuseram a ingenuidade tática do Brasil, causando um trauma nacional ("Maracanazo"). Esta derrota impulsionou um maior foco na organização defensiva.
8. O Pragmatismo Inglês e os Maravilhosos Sem Alas
Foi, disse ele, ‘como cavalos de carga a correr contra cavalos de corrida’.
Reflexão pós-Hungria. A derrota por 6-3 para a Hungria obrigou Inglaterra a confrontar o seu atraso tático. Enquanto alguns defendiam o regresso ao 2-3-5, outros, como Arthur Rowe no Tottenham e Alf Ramsey no Ipswich, começaram a experimentar abordagens mais fluidas, baseadas na posse e com laterais ofensivos.
A evolução de Ramsey. Alf Ramsey, inicialmente a usar o 4-2-4, foi influenciado pela abordagem pragmática e defensiva da Argentina em 1964. Desenvolveu os "Maravilhosos Sem Alas" (4-1-3-2/4-3-3), privilegiando uma base defensiva sólida (Stiles como âncora) e médios multifuncionais (Ball, Peters, Charlton) capazes de atacar e defender.
O triunfo de 1966. A vitória inglesa no Mundial de 1966, alcançada com este sistema, foi um triunfo do pragmatismo e da organização sobre o talento puro. O planeamento meticuloso de Ramsey e a adaptação aos adversários, incluindo a neutralização dos principais criadores (Stiles sobre Onega, Ball sobre Marzolini), foram decisivos, mesmo que o estilo tenha sido criticado por alguns estetas.
9. Futebol Total e a Ciência do Espaço
As pessoas pensam que foi desenvolvido na Holanda, mas isso deve-se apenas ao facto de na Europa Ocidental não terem visto o Dínamo de Maslov.
Controle do espaço. O Ajax de Rinus Michels e o Dínamo de Kiev de Valeriy Lobanovskyi desenvolveram independentemente sistemas baseados no controlo do espaço: tornar o campo grande com posse e pequeno sem posse. Isto exigia grande condição física e compreensão tática.
Pressing e intercâmbio posicional. Ambas as equipas implementaram pressing agressivo para recuperar a bola alto no terreno. Crucialmente, incentivavam a troca posicional, com jogadores capazes de desempenhar múltiplas funções. Este "Futebol Total" (Ajax) ou "Universalismo" (Dínamo) tornava-os difíceis de marcar e prever.
Abordagem científica. Lobanovskyi, influenciado pela cibernética, aplicou métodos científicos ao futebol, usando análise de dados e modelação fisiológica para otimizar treino e tática. Via o futebol como um sistema dinâmico, privilegiando a ação coletiva e o entendimento posicional sobre o talento individual, filosofia dominante no futebol soviético.
10. Catenaccio: A Cadeia do Cinismo e do Sucesso
Não há sistema tático tão notório como o catenaccio.
Origens suíças. O sistema "verrou" (fecho) de Karl Rappan na Suíça (defesa de quatro com líbero) foi uma forma inicial de organização defensiva para compensar limitações físicas.
Adaptação italiana. Gipo Viani e Nereo Rocco popularizaram o catenaccio em Itália, inicialmente como "o direito dos fracos" – uma forma de equipas menores frustrar adversários mais fortes, recuando e contra-atacando com um líbero atrás da defesa.
O Grande Inter de Herrera. Helenio Herrera aperfeiçoou o catenaccio no Internazionale nos anos 1960. O seu sistema incluía líbero, marcadores individuais e laterais ofensivos (Facchetti) e médios (Suárez), visando contra-ataques verticais rápidos. Apesar do sucesso (duas Taças dos Campeões), foi criticado pela negatividade, cinismo e alegada violência, culminando na derrota para o Celtic na final europeia de 1967.
11. Anti-Futebol e o Debate Duradouro sobre o Criativo
A era de la nuestra terminou com a derrota da Argentina por 6-1 contra a Checoslováquia em Helsingborg, a 15 de junho de 1958.
Fim de uma era. A humilhante derrota argentina no Mundial de 1958 destruiu o mito de "la nuestra" e o seu foco no talento individual em detrimento da disciplina tática. Seguiu-se uma reação e uma mudança para um estilo mais pragmático, defensivo e físico ("anti-futebol").
O Estudiantes de Zubeldía. Nos finais dos anos 1960, o Estudiantes de La Plata de Osvaldo Zubeldía personificou esta nova abordagem. Combinavam pressing e linha alta de fora de jogo (possivelmente influenciados por Maslov) com preparação física intensa e guerra psicológica ("viveza"). O sucesso (títulos da Libertadores, Taça Intercontinental) veio acompanhado de críticas pela brutalidade e cinismo.
O lugar do criativo. O debate entre "anti-futebol" (Bilardo) e o renascimento romântico de "la nuestra" (Menotti) centrou-se no papel do criativo ("enganche"). Enquanto Menotti defendia a arte, Bilardo priorizava o sistema e a vitória. O futebol moderno ainda luta para integrar criativos tradicionais, que não pressionam nem defendem, em sistemas cada vez mais estruturados e exigentes fisicamente.
12. O Mundo em Mudança: O Ataque Regressa no Futebol Moderno
E, no virar do milénio, o futebol voltou a ser tão ofensivo como há duas décadas.
Mudanças pós-catenaccio. O declínio do catenaccio rígido e a ascensão do Futebol Total/pressing levaram a novas formações (4-4-2, 4-3-3, 3-5-2). Embora os primeiros resultados por vezes favorecessem a rigidez defensiva (Euro 92, Mundial 94), o jogo continuou a evoluir.
Regresso do ataque. Alterações nas regras (passe para trás, entrada por trás) e a reação contra a negatividade contribuíram para uma tendência mais ofensiva no Euro 2000. As equipas encontraram formas de integrar múltiplos jogadores criativos e ressuscitaram o papel do extremo.
Flexibilidade moderna. Os sistemas atuais, como o 4-3-3 flexível ou variações do 4-4-2, enfatizam a flexibilidade tática e jogadores multifuncionais. Embora os criativos tradicionais ("enganche") que não pressionam ou defendem tenham dificuldades contra defesas organizadas (especialmente pivôs duplos), novos tipos de médios criativos (Modrić) combinam arte com disciplina tática e esforço, garantindo que a beleza ainda tem lugar no sistema.
Última atualização:
FAQ
What is "Inverting the Pyramid: The History of Football Tactics" by Jonathan Wilson about?
- Comprehensive tactical history: The book traces the evolution of football tactics from the sport’s chaotic beginnings to the sophisticated systems of the modern era.
- Global and cultural perspective: Wilson explores how different countries, cultures, and political contexts shaped tactical thinking and playing styles.
- Focus on formations and innovation: The narrative highlights key formations, strategic shifts, and the influential figures who drove tactical change.
- Emphasis on theory and practice: The book explains that football is not just about individual talent, but about shape, space, and the intelligent deployment of players.
Why should I read "Inverting the Pyramid" by Jonathan Wilson?
- Deep tactical insight: The book offers a rare, detailed understanding of how football tactics have changed and why, making complex systems accessible to all readers.
- Historical and cultural context: Wilson situates tactical evolution within broader social, political, and cultural movements, enriching appreciation for the game.
- Corrects common misconceptions: The book challenges myths about a single "correct" way to play, highlighting the diversity and evolution of styles worldwide.
- Engaging storytelling: Rigorous research is combined with anecdotes and profiles, making the history of tactics both informative and enjoyable.
What are the key takeaways from "Inverting the Pyramid" by Jonathan Wilson?
- Tactics are ever-evolving: Football tactics have continuously adapted in response to rule changes, cultural influences, and innovative thinkers.
- Balance of art and system: The book reveals the ongoing tension between individual creativity and collective discipline in football’s development.
- Influence of key figures: Coaches like Helenio Herrera, Rinus Michels, Valeriy Lobanovskyi, and Arrigo Sacchi played pivotal roles in shaping tactical trends.
- Global interconnectedness: Tactical ideas spread and evolved as coaches and players moved between countries, leading to a rich, interconnected history.
What are the most important tactical concepts explained in "Inverting the Pyramid" by Jonathan Wilson?
- The Pyramid (2-3-5) formation: The original global standard, emphasizing attack and the central midfielder as a fulcrum.
- W-M formation: Developed in response to the 1925 offside law, introducing a third defender and restructuring the team shape.
- Catenaccio and the libero: An Italian defensive system with a sweeper behind the defense, focusing on man-marking and counter-attacks.
- Total Football and pressing: Systems where players interchange positions, press aggressively, and control space dynamically.
How did early football tactics develop according to "Inverting the Pyramid" by Jonathan Wilson?
- From chaos to codification: Early football was anarchic, but Victorian public schools codified rules and formations, leading to the first tactical systems.
- Dribbling to passing: Scottish teams pioneered the passing game, shifting the focus from individual dribbling to collective play.
- International adaptation: As football spread globally, local cultures adapted tactics, resulting in distinct regional styles and innovations.
What was the impact of the 1925 offside law change on football tactics in "Inverting the Pyramid"?
- More attacking space: The law reduced the number of defenders required for offside, creating more room for forwards and increasing scoring.
- Birth of the W-M formation: Herbert Chapman’s innovation reorganized teams to counter the new rule, influencing global tactics.
- Defensive caution rises: Teams became more defensive and conservative, leading to the rise of the "stopper" centre-half and negative play.
How did the "Danubian School" and Central European football influence tactics, according to Jonathan Wilson?
- Intellectual and aesthetic focus: Central European football emphasized technique, passing, and fluidity, often developed in coffee houses.
- Innovative roles: The withdrawn centre-forward and pattern-weaving play were precursors to modern attacking midfield roles.
- Global influence: Coaches like Jimmy Hogan spread these ideas, impacting tactical development in Europe and South America.
What role did Jimmy Hogan play in the evolution of football tactics in "Inverting the Pyramid"?
- Pioneer of passing football: Hogan spread the Scottish passing game and tactical thinking across Central Europe.
- Innovative coaching methods: He introduced classroom tactics sessions, technical training, and a focus on possession and movement.
- Overlooked in England: Despite his influence abroad, Hogan’s ideas were largely ignored by the English football establishment.
What is catenaccio, and how did it develop according to "Inverting the Pyramid" by Jonathan Wilson?
- Defensive origins: Catenaccio, meaning "door-bolt," began with Karl Rappan’s verrou system, using a sweeper behind the defense.
- Italian adaptation: Coaches like Gipo Viani, Nereo Rocco, and Helenio Herrera refined catenaccio, combining defense with rapid counter-attacks.
- Controversial legacy: While effective, catenaccio became synonymous with negative football, though its proponents argued it was misunderstood.
How did Helenio Herrera’s approach to tactics and management shape football, as described in "Inverting the Pyramid"?
- Discipline and control: Herrera imposed strict routines and psychological tactics to maximize player performance and team unity.
- Innovative catenaccio: His Inter Milan combined a sweeper system with attacking full-backs and quick transitions, achieving great success.
- Controversy and influence: Despite allegations of gamesmanship, Herrera’s methods were widely copied and remain foundational in tactical history.
What is Total Football, and who were its main exponents according to "Inverting the Pyramid" by Jonathan Wilson?
- Positional interchange: Total Football, pioneered by Rinus Michels and Valeriy Lobanovskyi, allowed players to swap positions fluidly while maintaining structure.
- Pressing and space control: The system relied on aggressive pressing and coordinated movement to control the pitch’s size and tempo.
- Key teams and players: Ajax, Dynamo Kyiv, and Johan Cruyff exemplified Total Football, which remains a benchmark for collective, attacking play.
How did Valeriy Lobanovskyi apply science and analysis to football tactics in "Inverting the Pyramid"?
- Systematic, mathematical approach: Lobanovskyi viewed football as a dynamic system, applying cybernetics and mathematical modeling to optimize performance.
- Detailed preparation: He used statistical data, video analysis, and rigorous physical conditioning to prepare his teams.
- Universality and coalition actions: Lobanovskyi demanded versatile players and integrated defense and attack, revolutionizing Soviet and global coaching practices.
Avaliações
Invertendo a Pirâmide é uma obra abrangente sobre a história das táticas no futebol que tem recebido críticas, em sua maioria, positivas. Os leitores destacam a erudição de Wilson e a pesquisa minuciosa, considerando o livro informativo e esclarecedor. Muitos valorizam a combinação entre a análise tática e o contexto cultural e histórico apresentado. Contudo, alguns apontam que a escrita densa e o excesso de detalhes, especialmente nos capítulos finais, podem tornar a leitura mais difícil. O livro é fortemente recomendado para entusiastas sérios do futebol, embora possa representar um desafio para leitores ocasionais. De modo geral, é visto como uma obra fundamental para compreender a evolução das táticas no futebol.